A chegada das altas temperaturas pede comidas mais leves. É o momento certo de apreciar os brancos, rosés e espumantes. Isso, muitos já sabem. O que poucos sabem é que a produção brasileira apresenta ótimos rótulos a preços acessíveis não só de espumantes, mas também de brancos, rosés e tintos menos encorpados.
Destacam-se nesse cenário as pequenas vinícolas familiares, como
Pizzato e
Dal Pizzol, que vêm surpreendendo o mercado nacional e internacional pela qualidade e ousadia na produção de uvas menos tradicionais.
PIZZATO
Pizzato Chardonnay
A chardonnay oferece brancos diferentes, por ser a uva mais encorpada entre as uvas brancas e os vinhos que dela são feitos são muito ecléticos. O Chardonnay 2008 da Pizzato, com seu aroma forte de abacaxi, logo nos toma de assalto. As uvas foram colhidas em fevereiro e foram produzidas 9.700 garrafas de 750 ml e 2 mil de 375 ml, todas numeradas.
Harmonização: massas com molhos brancos, frutos do mar, peixes pouco e bem condimentados, lagosta, salmão, ostra, caviar, canapés finos, fondue de queijo, frutas frescas, queijos tipo brie, camembert.
Fausto Merlot Rosé
O Brasil não tem muita tradição na produção de rosé, vinho versátil que deve ser bebido gelado e tem a cara do verão. O Fausto Merlot Rosé é produzido com 100% de uvas merlot apenas desengaçadas, isto é, sem passar pelo processo de moagem. Chama a atenção pela qualidade e pelo preço. É produzido com uvas do vinhedo Dr. Fausto, em Dois Lajeados, a 50 km do Vale dos Vinhedos.
Harmonização: de grande versatilidade gastronômica, acompanha carnes e massas pouco condimentadas, além de queijos macios, chesters e frutos do mar.
Dal Pizzol Sauvignon Blanc
A Sauvignon Blanc é naturalmente famosa na França pelos renomados vinhos que origina, como Sancerre e Pouilly-Fumé, especialmente na Nova Zelândia, Califórnia, Chile e África do Sul. Seus vinhos são exuberantes, de aroma penetrante que lembram, às vezes, relva, ervas, frutas verdes e outros complexos aromáticos, sem a necessidade do carvalho. No Brasil, o clima e solo gaúchos, tanto da serra gaúcha como de outras regiões onde a cepa se adaptou e está sendo cultivada, resultaram em vinhos extremamente especiais, tanto no paladar como nos aromas, repetindo a performance da variedade nos outros países.
Harmonização: peixes de sabor menos acentuado, camarões, lagostas, saladas, entradas suaves e queijos de cabra.
Dal Pizzol Gewurztraminer
Sobre as origens da cepa Gewurztraminer existem diferentes versões. A mais aceita é a que atribui sua origem no povoado de Tramin, no Tirol Italiano (Termeno) ao sul do lago Caldaro. De lá, propagou-se para a Áustria, Alemanha, Itália, Alsácia, etc. No Palatinat (Alemanha) teriam sido selecionados diferentes clones, um dos quais apresentou uma intensidade nitidamente maior de aroma, tendo sido acrescentado ao nome Traminer a expressão “Gewurz” (alemão) resultando Gewurztraminer, significando o Traminer mais aromático. No Brasil, os pioneiros foram os dois imigrantes italianos Annuncio Ungaretti e Antonio Pieruccini que, em 1886, trouxeram da Itália, entre outras a Traminer e a cultivaram no vinhedo deste último nos arredores de Caxias do Sul. Pieruccini, toscano, natural de Luca foi certamente o precursor do vinhedo em espaldeira desta Região, do qual foi ardoroso defensor e ao mesmo tempo crítico veemente da pérgola ou latada por considerá-la inadequada a este clima. Os vinhos Gewurztraminer mais famosos encontram-se no Tyrol Italiano, na Áustria, Alemanha e Alsácia.
Harmonização: pratos levemente condimentados como massas com frutos do mar, carnes brancas, peixes, frutas, sobremesas e também queijos tipo brie, camembert e roquefort.
Outras sugestões
A Pizzato produz espumantes excelentes, com destaque para o Pizzato Rosé, feito de merlot e egiodola, uma combinação diferente de uvas tintas que lhe deu um caráter todo especial. Para quem não abre mão de um tinto, sugerimos Dal Pizzol Pinot Noir e Dal Pizzol Gamay Beaujolais. São tintos leves, agradáveis e despojados, como os dias e noites quentes de verão.